terça-feira, 3 de maio de 2011

respeito cultural (cultural respect)

Primeiro ministro australiano brilha:

Esta deveria ser uma regra no mundo todo. Se você quer mudar residência para outro país e se integrar ali, ...BEM-VINDO, mas se você quer mudar qualquer coisa naquele país em que deseja viver... TCHAU, vá-se embora... ADEUS.

O mundo inteiro precisa de um líder assim!


Primeiro Ministro Kevin Rudd - Australia
Foi dito na quarta-feira aos muçulmanos que querem viver debaixo da lei islâmica Sharia para saírem da Austrália, agora que o governo está de mira nos radicais, numa tentativa de desviar ataques terroristas potenciais.

Separadamente, Rudd enfureceu alguns muçulmanos australianos na quarta-feira dizendo que ele apoiava agências de espionagem que monitoram as mesquitas da nação. Citação:

'IMIGRANTES, E NÃO OS AUSTRALIANOS, TÊM QUE SE ADAPTAR. SE NÃO ACEITAREM, VÃO EMBORA. Estou cansado desta nação que se preocupa sobre se estamos ofendendo algum indivíduo ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, experimentamos uma onda de patriotismo sobre a maioria dos australianos.'

'Esta nossa cultura foi desenvolvida através de dois séculos de lutas, experiências e vitórias por milhões de homens e mulheres que buscaram liberdade.'

'Falamos principalmente o INGLÊS, não espanhol, libanês, árabe, chinês, japonês, russo ou qualquer outro idioma. Então, se você desejar se tornar parte de nossa sociedade, aprenda o idioma!'

'A maioria dos australianos crê em Deus. Não se trata de um movimento direitista político, mas um fato, porque homens e mulheres cristãos fundaram esta nação em princípios cristãos, e isto está claramente documentado. É certamente apropriado exibir isto nas paredes de nossas escolas. Se Deus o ofender, então sugiro que você considere outra parte do mundo como seu novo lar, porque Deus faz parte de nossa cultura.'

'Aceitaremos suas convicções e não questionaremos por que. Tudo que pedimos é que você aceite as nossas, e que viva em harmonia e desfruto pacífico connosco.'

'Este é NOSSO PAÍS, NOSSA TERRA e NOSSO ESTILO DE VIDA e nós lhe permitiremos toda oportunidade para desfrutar tudo isso. Mas uma vez que você acabe de reclamar, lamentar e se queixar sobre Nossa Bandeira, Nosso Penhor, Nossas Convicções Cristãs ou Nosso Modo de Vida, eu recomendo fortemente que você tire proveito de uma outra grande liberdade do australiano, 'O DIREITO de IR EMBORA.''

'Se você não está então contente aqui PARTA. Não o forçamos a vir aqui. Você pediu para estar aqui. Assim aceite o país que VOCÊ aceitou.'

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ)

Passio, dos teus passos, por este crasso mundo,
Entrega envolta, quão sublime prova de amor;
Emprega o viver por este mundo com fervor.
Já crasso fracasso, que faço meu pesar profundo!

Tua Cruz, Jesus, agora é luz, te fez sofrer,
Descomunal peso sobre uns inocentes ombros,
Disfuncional no agir, humanos aos tombos.
É luz o madeiro, reluz, n’ ele pus meu viver!

Calvário, d’ ossário a relicário divinal.
Pesados passos o santo terreno pisaram.
Pecados púrpura, sanguíneos ali pintaram.
São relicário, corolário, vário sang’ real!

Numa tela, onde aquela imagem bela urge,
Impressiona a olho nu um tal sofrimento.
Impressório sem verdadeiro sentimento.
Una e bela agora, cela foi, sequela surge!

Quase morte, jaz inerte, mas verte teu lado;
Fonte melíflua donde jorra sangue e água.
Forte fluído é onde eu afogo minha mágoa,
São, reverte, d’ inert’ e trepa ressuscitado.

Ricardo Correia (2007), in rev. cenáculo

sábado, 16 de abril de 2011

Domingo de Ramos (Palm Sunday)

Caros amigos e amigas, a leitura deste Domingo é o coração do Evangelho: narra a paixão de um Deus apaixonado pelo homem.
Na Semana Santa somos convidados a partilhar com Cristo não somente as alegrias, mas também as dores de amor. O pedido dirigido aos apóstolos no Getsémani - “Ficai comigo” - é mais do que uma súplica, é o desejo de Deus em nunca se separar de nós, para estar sempre com aqueles que ama.
Os ramos de oliveira que benzemos no Domingo recordam a gradual passagem para a primavera, esperança de uma vida nova, sinal da ressurreição!

A vida é dom
Para Jesus, a morte não é simplesmente o desembocar inevitável do que disse e fez; mas é a sua total disponibilidade, a continuação do pão partilhado e do vinho derramado, o dom total de si mesmo. Dar a vida na cruz é a conclusão de uma existência já totalmente doada.
Pregado na cruz, o Evangelho é evidente e inequívoco: os braços de Jesus, cravados e abertos num abraço que não pode ser negado, são o coração dilatado de Deus num acolhimento incondicional a todos.

“Se és Filho de Deus, desce da cruz”
Qualquer outro deus teria descido da cruz para se salvar a si mesmo. Mas o Deus de Jesus pode apenas aquilo que o amor pode! E o amor divino é criativo e louco, crava a maior prova de amor quando dá a vida pelo pelos amigos. O Amor abraça a cruz, porque nela abraça as cruzes de cada filho. Deus entra na morte porque na morte entra também cada um dos seus filhos. O Amante participa de todas as dores que os seus amados possam sofrer.
Na cruz, Deus não grita belas palavras ou teorias, mas assina com a própria vida todo o Evangelho, rubrica com o seu sangue todo o seu amor. Deus “crucifica” o seu amor para que não fiquem dúvidas! Naquela “árvore da vida”, Deus “vinga-se” definitivamente da distância, da indiferença, da separação: nada o impedirá de ser o Emanuel, o “Deus connosco”, para sempre. Nem a morte nos poderá separar!
A beleza de Cristo na cruz não é por ter sofrido por nós, mas por ter transformado todo aquele sofrimento num acto de amor: a cruz é um convite radical a não sofrer, mas a amar sempre, a qualquer preço, mesmo até ao preço da vida.

“Este era verdadeiramente Filho de Deus”
Que terá visto o centurião na agonia de um moribundo de modo a fazer o primeiro acto de fé cristão? Presumo que no rosto daquele agonizante, ele tenha visto o coração de Deus e pressentido a ressurreição.
É de joelhos no lava-pés e em silêncio no alto do calvário que descobrimos o verdadeiro rosto de Deus. Ali aprendem-se os gestos humanos e eucarísticos que nos tornam verdadeiramente divinos. Caros amigos, diante do mistério amoroso da cruz apenas podemos ajoelhar e agradecer, porque o grão caído por terra dá muito fruto! E isso, caro amigos, é o coração do Evangelho!

in página de união

terça-feira, 12 de abril de 2011

TODA A VIDA EUROPEIA MORREU EM AUSCHWITZ (European life died in Auschwitz)

Por Sebastian Vilar Rodriguez
Desci uma rua em Barcelona, e descobri repentinamente uma verdade terrível. – A Europa morreu em Auschwitz. Matámos seis milhões de Judeus e substituímo-los por 20 milhões de  muçulmanos. Em Auschwitz queimámos uma cultura, pensamento, criatividade, e talento. Destruímos o povo escolhido, verdadeiramente escolhido, porque era um povo grande e maravilhoso que mudara o mundo. A contribuição deste povo sente-se em todas as áreas da vida: ciência, arte, comercio internacional, e acima de tudo, como a consciência do mundo. Este é o povo que queimámos. E debaixo de uma pretensa tolerância, e porque queríamos provar a nós mesmos que estávamos curados da doença do racismo, abrimos as nossas portas a 20 milhões de muçulmanos que nos trouxeram estupidez e ignorância, extremismo religioso e falta de tolerância, crime e pobreza, devido ao pouco desejo de trabalhar e de sustentar as suas famílias com orgulho. Eles fizeram explodir os nossos comboios, transformaram as nossas lindas cidades espanholas, num terceiro mundo, afogando-as em sujeira e crime. Fechados nos seus apartamentos eles recebem, gratuitamente, do governo, eles planeiam o assassinato e a destruição dos seus ingénuos hospedeiros. E assim, na nossa miséria, trocámos a cultura por ódio fanático, a habilidade criativa, por habilidade destrutiva, a inteligência por subdesenvolvimento e superstição. Trocámos  a procura de paz dos judeus da Europa e o seu talento, para um futuro melhor para os seus filhos, a sua determinação, o seu  apego à vida porque a vida é santa, por aqueles que prosseguem na morte, um povo consumido pelo desejo de morte para eles e para os outros, para os nossos filhos e para os deles. Que terrível erro cometido pela miserável Europa. O total da população islâmica (ou muçulmana) é de, aproximadamente, 1 200 000 000, isto é um bilião e duzentos milhões  ou seja 20% da população mundial. Eles receberam os seguintes Prémios Nobel:
Literatura
1988 – Najib Mahfooz

Paz
1978 – Mohamed Anwar El-Sadat
1990 – Elias James Corey
1994 – Yaser Arafat
1999 – Ahmed Zewai

Economia
(ninguém)

Física
(ninguém)

Medicina
1960 – Peter Brian Medawar
1998 – Ferid Mourad

TOTAL: 7 (sete)

O total da população de Judeus é, aproximadamente, 14 000 000, isto é catorze milhões ou seja cerca de 0,02% da população mundial. Eles receberam os seguintes Prémios Nobel:

Literatura 
1910 - Paul Heyse
1927 - Henri Bergson
1958 - Boris Pasternak
1966 - Shmuel Yosef Agnon
1966 - Nelly Sachs
1976 - Saul Bellow
1978 - Isaac Bashevis Singer
1981 - Elias Canetti
1987 - Joseph Brodsky
1991 - Nadine Gordimer World
 
Paz 
1911 - Alfred Fried
1911 - Tobias Michael Carel Asser
1968 - Rene Cassin
1973 - Henry Kissinger
1978 - Menachem Begin
1986 - Elie Wiesel
1994 - Shimon Peres
1994 - Yitzhak Rabin
 
Física 
1905 - Adolph Von Baeyer
1906 - Henri Moissan
1907 - Albert Abraham Michelson
1908 - Gabriel Lippmann
1910 - Otto Wallach
1915 - Richard Willstaetter
1918 - Fritz Haber
1921 - Albert Einstein
1922 - Niels Bohr
1925 - James Franck
1925 - Gustav Hertz
1943 - Gustav Stern
1943 - George Charles de Hevesy
1944 - Isidor Issac Rabi
1952 - Felix Bloch
1954 - Max Born
1958 - Igor Tamm
1959 - Emilio Segre
1960 - Donald A. Glaser
1961 - Robert Hofstadter
1961 - Melvin Calvin
1962 - Lev Davidovich Landau
1962 - Max Ferdinand Perutz
1965 - Richard Phillips Feynman
1965 - Julian Schwinger
1969 - Murray Gell-Mann
1971 - Dennis Gabor
1972 - William Howard Stein
1973 - Brian David Josephson
1975 - Benjamin Mottleson
1976 - Burton Richter
1977 - Ilya Prigogine
1978 - Arno Allan Penzias
1978 - Peter L Kapitza
1979 - Stephen Weinberg
1979 - Sheldon Glashow
1979 - Herbert Charles Brown
1980 - Paul Berg
1980 - Walter Gilbert
1981 - Roald Hoffmann
1982 - Aaron Klug
1985 - Albert A. Hauptman
1985 - Jerome Karle
1986 - Dudley R. Herschbach
1988 - Robert Huber
1988 - Leon Lederman
1988 - Melvin Schwartz
1988 - Jack Steinberger
1989 - Sidney Altman
1990 - Jerome Friedman
1992 - Rudolph Marcus
1995 - Martin Perl
2000 - Alan J.. Heeger
 
Economia 
1970 - Paul Anthony Samuelson
1971 - Simon Kuznets
1972 - Kenneth Joseph Arrow
1975 - Leonid Kantorovich
1976 - Milton Friedman
1978 - Herbert A. Simon
1980 - Lawrence Robert Klein
1985 - Franco Modigliani
1987 - Robert M. Solow
1990 - Harry Markowitz
1990 - Merton Miller
1992 - Gary Becker
1993 - Robert Fogel
 
Medicina
1908 - Elie Metchnikoff
1908 - Paul Erlich
1914 - Robert Barany
1922 - Otto Meyerhof
1930 - Karl Landsteiner
1931 - Otto Warburg
1936 - Otto Loewi
1944 - Joseph Erlanger
1944 - Herbert Spencer Gasser
1945 - Ernst Boris Chain
1946 - Hermann Joseph Muller
1950 - Tadeus Reichstein
1952 - Selman Abraham Waksman
1953 - Hans Krebs
1953 - Fritz Albert Lipmann
1958 - Joshua Lederberg
1959 - Arthur Kornberg
1964 - Konrad Bloch
1965 - Francois Jacob
1965 - Andre Lwoff
1967 - George Wald
1968 - Marshall W. Nirenberg
1969 - Salvador Luria
1970 - Julius Axelrod
1970 - Sir Bernard Katz
1972 - Gerald Maurice Edelman
1975 - Howard Martin Temin
1976 - Baruch S. Blumberg
1977 - Roselyn Sussman Yalow
1978 - Daniel Nathans
1980 - Baruj Benacerraf
1984 - Cesar Milstein
1985 - Michael Stuart Brown
1985 - Joseph L. Goldstein
1986 - Stanley Cohen [& Rita Levi-Montalcini]
1988 - Gertrude Elion
1989 - Harold Varmus
1991 - Erwin Neher
1991 - Bert Sakmann
1993 - Richard J. Roberts
1993 - Phillip Sharp
1994 - Alfred Gilman
1995 - Edward B. Lewis
1996- Lu RoseIacovino 

TOTAL: 128 (cento e vinte e oito)  

Os judeus não estão a promover lavagens cerebrais a crianças em campos de treino militar, ensinando os a fazerem-se explodir e causar um máximo de mortes a judeus e a outros não muçulmanos. Os judeus não “tomam”  aviões, nem matam atletas nos Jogos Olímpicos, nem se fazem explodir em restaurantes alemães. Não há um único judeu que tenha destruído uma igreja. NÃO há um único judeu que proteste matando pessoas. Os judeus não traficam escravos, não têm líderes a clamar pela Jihad Islâmica e morte a todos os infiéis. Talvez os muçulmanos do mundo devessem considerar investir mais numa educação modelo e menos em queixarem-se dos judeus  por todos os seus problemas. Os muçulmanos deviam perguntar o que poderiam fazer  pela humanidade antes de pedir que a humanidade os respeite. Independentemente dos seus sentimentos sobre a crise entre Israel e os seus vizinhos palestinianos  e árabes, mesmo que creiamos que há mais culpas na parte de Israel, as duas frases que se seguem realmente dizem tudo: “Se os árabes depusessem hoje as suas armas não haveria mais violência. Se os judeus depusessem hoje as suas armas  não haveria mais Israel” (Benjamin Netanyahu) Por uma questão histórica, quando o Comandante Supremo das Forças Aliadas, General Dwight Eisenhower, encontrou todas as vítimas mortas nos campos de concentração nazi, mandou que as pessoas ao visitarem esses  campos de morte, tirassem todas as fotografias possíveis, e para os alemães das aldeias próximas serem levados através dos campos e que enterrassem os mortos. Ele fez isto porque disse de viva voz o seguinte: “Gravem isto tudo hoje. Obtenham os filmes, arranjem as testemunhas, porque poderá haver algum malandro  lá em baixo, na estrada da história, que se levante e diga que isto nunca aconteceu. Recentemente, no Reino Unido, debateu-se a intenção de remover  o holocausto do curriculum das suas escolas, porque era uma ofensa para a população  muçulmana, a qual diz que isto nunca aconteceu. Até agora ainda não foi retirado do curriculum. Contudo é uma demonstração do grande receio que está a preocupar o mundo e a facilidade com que as nações o estão a aceitar. Já passaram mais de sessenta anos depois da Segunda Guerra Mundial na Europa ter terminado. O conteúdo deste mail está a ser enviado como uma cadeia em memória dos 6 milhões de judeus, dos 20 milhões de russos, dos 10 milhões de cristãos e dos 1 900 padres Católicos que foram assassinados, violados, queimados, que morreram de fome, foram  espancados, e humilhados enquanto o povo alemão olhava para o outro lado. Agora, mais do que nunca, com o Irão entre outros, reclamando que o Holocausto é um mito, é imperativo assegurar-se de que o mundo nunca esquecerá isso. É intento deste mail que chegue a 400 milhões de pessoas. Que seja um elo na cadeia-memorial e ajude a distribui-lo pelo mundo. Depois do ataque ao World Trade Center, quantos anos passarão antes que se diga . “NUNCA ACONTECEU”, porque isso pode ofender alguns muçulmanos nos Estados Unidos ???

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jesus, como nós (Jesus, as we)

            É muito interessante procurar uma outra perspectiva na liturgia deste fim-de-semana. A riqueza estende-se para além da teologia que dela possa advir. É obvio que a temática assenta sobretudo na ressurreição, não só no evangelho mas também nas leituras. No entanto, há outros pontos fulcrais a destacar.
            Em primeiro lugar e muito importante, Jesus tinha amigos que não estavam contados no círculo quase fechado dos discípulos. Marta, Maria e Lázaro eram amigos íntimos que intimavam a preocupação de Jesus. Jesus não era apenas aquele Homem/Deus, com uma inteligência sobrenatural que se degladiava com as autoridades políticas e religiosas da época e saía sempre a vencer. Também tinha sentimentos para além daquele eterno, inefável e indelével amor de Deus pela humanidade. Também se emocionava quando a situação se agravava. As lágrimas de Jesus atestam algo que vai para além do salvador do mundo.
            Todavia, esta humanidade sentimental de Jesus não o inibe de deixar correr o normal da vida humana, com todos os seus destinos, ainda que sejam fracassos, sempre na certeza que a última palavra é a dele e que a vida será sempre o lugar do triunfo. Parece, inclusive, que atrasa o seu percurso em direcção a Lázaro e à sua salvação na certeza de que a confiança no Pai é sempre o maior e o verdadeiro sentimento. O Evangelho não serve para resignações, pois Jesus compromete-se com os nossos sofrimentos e Deus não é indiferente à dor humana. Contudo, Jesus não vem modificar os ritmos da vida ou o decurso das doenças, nem atrasa indefinidamente o momento do morrer, mas veio dar um novo sentido tanto à morte como à vida. Ele não isenta da morte, mas veio para a Ressurreição. Talvez, Jesus chore não só por Lázaro, mas também por aqueles que não acreditam que Ele é a ressurreição e a vida.
             Um outro ponto importante é a pedra do túmulo. Na cultura judaica a pedra selava a verdadeira separação do ser humano em relação àquilo que era terreno. É mais uma das barreiras vencidas por Jesus. A partir desta atitude, podemos esperar do mestre (também sentimental) que a sua pessoa e a fé nas suas palavras e obras destruirão tudo o que acabe com as esperanças terrenas.
            Teologicamente, como é óbvio, fica a antecipação da certeza da sua ressurreição. Mais uma vez, a nossa confiança não está no que é deste mundo porque dele, assim como a ele viemos, não levaremos nada a não ser a nossa caridade, e com a liturgia deste fim-de-semana, também a esperança na vida transbordante. Fica ainda a certeza de que a ressurreição não é uma realidade só para Jesus no dia de Páscoa, com Lázaro é algo acessível a cada um de nós.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vergonha Nacional (National disgrace)

Estão aqui as causas directas da crise e as causas directas do aumento da pobreza no nosso país.

Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.

Poderão aceder através do site http://WWW.dre.pt

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica
1 - Vencimento de Deputados ................................................12 milhões 349 mil Euros
2 - Ajudas de Custo de Deputados............................................2 milhões 724 mil Euros
3 - Transportes de Deputados ...................................................3 milhões 869 mil Euros
4 - Deslocações e Estadas .........................................................2 milhões 363 mil Euros
5 - Assistência Técnica (??) .......................................................2 milhões 948 mil Euros
6 - Outros Trabalhos Especializados (??) ...................................3 milhões 593 mil Euros
7 - RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA..................................961 mil Euros
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares................................................970 mil Euros
9 - Equipamento de Informática ................................................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) ...................................................2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios .............................................................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer's (??) Diversos (??)..............................................13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ........................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ..............73 milhões 798 mil Euros
NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, foi de :€ 191 405 356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) - Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Abre meus olhos (open my eyes)

                 No princípio, antes de mais nada existir, Deus criou o ser humano a partir do lodo da terra. Podemos encontrar isso mesmo nas primeiras páginas do Génesis. Agora, Jesus procura, de certa forma, dar continuidade renovada à criação através da cura do cego com lodo da terra. No entanto o gesto de Jesus, assim como as leituras que a liturgia nos propõe neste domingo da alegria vão muito além da simbologia da criação.
                Em primeiro lugar é preciso ter em conta que não era o cego que não conseguia ver. Somos nós que estamos cegos consoante a dose que nos toca. Ou não queremos ver, ou não conseguimos porque nos falta alguma coisa ou simplesmente não vemos. A importância renovada pertence então à necessidade que temos de olhar com olhos de quem perscruta e não de quem vê. Na primeira leitura encontramos essa dimensão como a atitude de Deus, que nós precisamos de adoptar, por oposição à atitude de Samuel que representa a nossa própria visão e forma de ver. Deus não olha para as aparências mas sim para o coração. Em consequência, foi escolhido para estar à frente do povo da salvação o filho mais novo, pastor, que nem sequer estava em casa e ninguém dava por ele (David). Quando pensamos que o olhar de Deus está sempre voltado para o outro porque eu não tenho qualidades suficientes, aí somos surpreendidos por um olhar penetrante dentro do nosso interior que nos abrasa e nos pede responsabilidades. Mas esta transformação só se pode dar por intermédio de Jesus Cristo, como nos fala S. Paulo na segunda leitura, uma vez que outrora éramos trevas, mas agora, depois de Jesus Cristo, somos chamados a viver na luz e a não mais sermos cegos de nascença.
                Para a mentalidade semita a causa da deficiência em algumas pessoas era o pecado cometido pelo próprio ou por alguém da geração anterior da família, sendo que  cegueira da personagem do evangelho era vista como castigo por algum pecado cometido no seio das suas gerações. Mais uma vez Jesus provoca uma revolução copernicana e mais uma vez se escancaram as portas da nossa perplexidade, alongando o horizonte das nossas limitações visuais e interpretativas, pois Jesus transforma a deficiência numa oportunidade nova para a abundante graça de Deus. De um cego de nascença, que é cada um de nós, Jesus retira um verdadeiro seguidor e discípulo, não antes de exigir da sua parte um cumprimento de uma tarefa. Jesus ordena que se lave na piscina de Siloé, a piscina do enviado, pedindo o cumprimento da nossa parte.
                Os pais do cego não se comprometem, atiram a responsabilidade para o filho ante as perguntas intimadoras dos fariseus. Resta-nos optar por uma destas atitudes, somos pais que acham que já vêem o suficiente ou filhos cegos que querem ver? É que passar, na lógica Paulina, das trevas para a luz, como fez o cego, não é somente deixar cair as escamas que atropelam os olhos, implica, antes de tudo, como enviados, acender a chama baptismal que recebemos na nossa piscina de enviados. Só aí nós encontramos as indicações que nos permitem viver na bondade, na justiça (fidelidade) e na verdade.       
                 

segunda-feira, 28 de março de 2011

A verdade abafada (really muffled) Marinho Pinto

Intervenção de Marinho Pinto sem significativa repercussão na Comunicação Social. Provavelmente porque diz algumas verdades inconvenientes. Ou será por causa das palavras sobre a Igreja Católica no final? Vejam até ao fim... É fundamental... 

sábado, 26 de março de 2011

Tu és a água viva (You are the living water)

Caros amigos e amigas, a história da samaritana é a nossa história, feita de sedes, de encontros e de amores. É também a metáfora do nosso itinerário de fé. Jesus, com delicadeza e pedagogia, vem ao nosso encontro, chama-nos, fala-nos de fontes em plenitude e desperta em nós sonhos e mistérios esquecidos.
“Dá-me de beber”!
A samaritana, mulher de vários amores, vivia ainda no deserto do amor. Mas, no poço de Sicar, ela encontra o Esposo que procura a esposa perdida, vê o noivo que busca a humanidade sedenta, para a saciar.
É um Deus inesperado aquele que se apresenta junto ao poço da nossa vida, na pele de um viajante cansado. É um Deus sem pudor que vem à procura, toma a iniciativa e interpela. É um Deus com sede de nós, da nossa fé, da nossa atenção, do árido cântaro do nosso coração. Um Deus que se faz pobre e pedinte para saciar a nossa pobreza e educar a nossa sede.

“Se conhecesses o dom de Deus”!
Jesus cruza o olhar da mulher com um sorriso que não condena, não humilha, apenas ama. Fá-la nascer de novo e ela abandona o cântaro como se fosse um trapo velho. Jesus não nega à samaritana as pequenas alegrias do caminho, não desencanta a vida, não lhe rouba o sonho e a poesia. Apenas mostra que essas não chegam para saciar uma sede maior, que essas não são suficientes porque o coração é maior do que muitos oceanos. Jesus faz nascer nela a sede de céu, a fome de eternidade; fá-la passar do pequeno cântaro para a fonte da vida. Ele pede-lhe água e nela acende o fogo do amor de Deus. Ali no coração, verdadeira cidade santa, onde se adora em “espírito e verdade”. Nunca ninguém lhe tinha dito que ela era um templo divino de amor. O mundo tinha-se dividido entre quem a usava e quem a condenava. Mas Jesus é aquele que não fecha ninguém nos seus falhanços, mesmo que mais numerosos do que os maridos da samaritana, mas é fonte de natividades e de futuro, para que também nós cheguemos ao poço como mendigos de água, mas andemos ao encontro dos outros como pedintes do céu.

Ser fonte de água viva
A mulher de Samaria vai com um cântaro ao poço, mas regressa a casa e à cidade como uma nascente, como discípula, como epifania do rosto de Deus. Também nós temos de esquecer os cântaros velhos, as vidas que contém tão pouco, tão opacas e vazias, para correr a contar a todos acerca de um Senhor que faz levantar o olhar e faz brotar em nós, numa espiral de vida, uma primavera de esperança.
O dom de Deus não é ter um cântaro maior, nem é um poço mais profundo, mas é uma “água viva que se torna fonte para a vida eterna”. A fonte é água que se dá para a sede dos outros. A fonte é fecundidade, vida, abundância. O projecto de Deus é que cada um de nós seja fonte, para as sedes e ardores dos outros, com a delicadeza de um enamoramento divino. E isso, caros amigos, é Evangelho!

in página de união



quinta-feira, 24 de março de 2011

Gerações à rasca (generations to junk)

ESCRITOR MOÇAMBICANO - Mia Couto - Geração à Rasca - A Nossa Culpa

 "Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Fim da religião? (endreligion?)

Religião poderá extinguir-se em nove países
por Sílvia Caneco, Publicado em 23 de Março de 2011  
A religião pode acabar em nove países ricos. A conclusão é de um estudo que analisou dados dos censos recolhidos desde o século XIX nesses países. Através de um modelo de progressão matemática, os investigadores - que divulgaram os resultados num encontro da American Physical Society, em Dallas, EUA - concluíram que dentro de uns anos o número de pessoas ligadas a uma religião vai ser reduzidíssimo em lugares como a Austrália, Áustria, Canadá, República Checa, Finlândia, Irlanda, Holanda, Suíça e Nova Zelândia.
O estudo constatou existir já "em muitas democracias seculares uma crescente tendência de pessoas que assumem não ter uma religião", afirmou Richard Wiener, do departamento de física da Universidade do Arizona. Se 40% dos holandeses dizem não acreditar ou seguir qualquer religião, o número de descrentes religiosos sobe para os 60% na República Checa. E em 2050, o estudo prevê que na Holanda, por exemplo, 70% dos holandeses já não vão seguir qualquer religião. "É um resultado bastante sugestivo", afirmou Richard Wiener à BBC.
O modelo seguido pelos investigadores teve em conta que os grupos sociais têm mais seguidores quanto maior a sua utilidade ou o status que projectam. "No caso das línguas, por exemplo, há muito mais utilidade e traz mais status saber falar castelhano do que o quechua do Perú. Da mesma forma, existe algum tipo de estatuto ou de utilidade em seguir uma religião ou não seguir nenhuma", explica o investigador.


Apetece, no entanto, falar da religião como o saudoso Artur Agostinho falava do teatro. A religião é como uma enorme floresta. Ainda que sentenciem a sua morte, ainda que muitas árvores se deixem levar pela natureza ou pelo madeireiro humano, ainda que haja secas e tempestades, umas e outras árvores se alevantam deixando sempre de pé a religião, ora mais forte ora mais fraca.  

sábado, 19 de março de 2011

Transfiguração (Transfiguration)

Estamos cheios de medo, temor, desânimo ante tantas dificuldades, tristeza perante as partidas que a vida nos provoca, desalento pelas desilusões que nos rodeiam, cegos no meio da escuridão, oprimidos pelo peso da quaresma que carrega ainda o peso da cruz e a tristeza do roxo litúrgico. De certa forma, era também assim que os discípulos se encontravam, desanimados. Quando foram chamados por Jesus esperavam um reino glorioso, messiânico à medida de um bom judeu, sem dificuldades e sem cruz ou paixão. As progressivas revelações de Jesus sobre o caminho da cruz deixam os discípulos de rasto. Por isso é tão importante, neste contexto, o evangelho deste domingo, a transfiguração.
            Através da luz que brotou de Cristo, juntamente com Moisés e Elias, que representam todo o Antigo Testamento com a Lei e os Profetas, ilumina novamente o caminho e a esperança dos discípulos. A glória de Deus encontra um espelho em Cristo transfigurado que reflecte a fé e a esperança para os discípulos que, depois da ressurreição, a levam ao mundo. É uma antecipação da Glória da Ressurreição; é uma pequena antecipação da vitória sobre a morte; é uma recuperação de todas as teofanias veterotestamentárias com todos os seus simbolismos; é uma resposta às inquietações dos discípulos e de todos os crentes; é um lugar belo onde apetece ficar.
            “Façamos três tendas” diziam os discípulos na sua ignorância à qual Jesus nem responde. Trata-se da lógica humana e inquieta, deferente da calma divina. Trata-se da necessidade do ser humano se situar onde está a beleza e a tranquilidade sem mais nada, diferente da não necessidade divina do que é bom e belo, mas antes do necessário, o caminho da cruz.  
O Tabor não é uma experiência mística reservada a uns poucos eleitos, mas é a experiência de fé de todo o crente que escutando a Palavra de Deus, vê o verdadeiro rosto de Cristo, toca a sua presença, saboreia a consolação do Espírito, chora de arrependimento, respira o sopro de Deus, vive o dia-a-dia sob a luz transfiguradora da sua graça.