sábado, 16 de abril de 2011

Domingo de Ramos (Palm Sunday)

Caros amigos e amigas, a leitura deste Domingo é o coração do Evangelho: narra a paixão de um Deus apaixonado pelo homem.
Na Semana Santa somos convidados a partilhar com Cristo não somente as alegrias, mas também as dores de amor. O pedido dirigido aos apóstolos no Getsémani - “Ficai comigo” - é mais do que uma súplica, é o desejo de Deus em nunca se separar de nós, para estar sempre com aqueles que ama.
Os ramos de oliveira que benzemos no Domingo recordam a gradual passagem para a primavera, esperança de uma vida nova, sinal da ressurreição!

A vida é dom
Para Jesus, a morte não é simplesmente o desembocar inevitável do que disse e fez; mas é a sua total disponibilidade, a continuação do pão partilhado e do vinho derramado, o dom total de si mesmo. Dar a vida na cruz é a conclusão de uma existência já totalmente doada.
Pregado na cruz, o Evangelho é evidente e inequívoco: os braços de Jesus, cravados e abertos num abraço que não pode ser negado, são o coração dilatado de Deus num acolhimento incondicional a todos.

“Se és Filho de Deus, desce da cruz”
Qualquer outro deus teria descido da cruz para se salvar a si mesmo. Mas o Deus de Jesus pode apenas aquilo que o amor pode! E o amor divino é criativo e louco, crava a maior prova de amor quando dá a vida pelo pelos amigos. O Amor abraça a cruz, porque nela abraça as cruzes de cada filho. Deus entra na morte porque na morte entra também cada um dos seus filhos. O Amante participa de todas as dores que os seus amados possam sofrer.
Na cruz, Deus não grita belas palavras ou teorias, mas assina com a própria vida todo o Evangelho, rubrica com o seu sangue todo o seu amor. Deus “crucifica” o seu amor para que não fiquem dúvidas! Naquela “árvore da vida”, Deus “vinga-se” definitivamente da distância, da indiferença, da separação: nada o impedirá de ser o Emanuel, o “Deus connosco”, para sempre. Nem a morte nos poderá separar!
A beleza de Cristo na cruz não é por ter sofrido por nós, mas por ter transformado todo aquele sofrimento num acto de amor: a cruz é um convite radical a não sofrer, mas a amar sempre, a qualquer preço, mesmo até ao preço da vida.

“Este era verdadeiramente Filho de Deus”
Que terá visto o centurião na agonia de um moribundo de modo a fazer o primeiro acto de fé cristão? Presumo que no rosto daquele agonizante, ele tenha visto o coração de Deus e pressentido a ressurreição.
É de joelhos no lava-pés e em silêncio no alto do calvário que descobrimos o verdadeiro rosto de Deus. Ali aprendem-se os gestos humanos e eucarísticos que nos tornam verdadeiramente divinos. Caros amigos, diante do mistério amoroso da cruz apenas podemos ajoelhar e agradecer, porque o grão caído por terra dá muito fruto! E isso, caro amigos, é o coração do Evangelho!

in página de união

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