Entrega envolta, quão sublime prova de amor;
Emprega o viver por este mundo com fervor.
Já crasso fracasso, que faço meu pesar profundo!
Tua Cruz, Jesus, agora é luz, te fez sofrer,
Descomunal peso sobre uns inocentes ombros,
Disfuncional no agir, humanos aos tombos.
É luz o madeiro, reluz, n’ ele pus meu viver!
Calvário, d’ ossário a relicário divinal.
Pesados passos o santo terreno pisaram.
Pecados púrpura, sanguíneos ali pintaram.
São relicário, corolário, vário sang’ real!
Numa tela, onde aquela imagem bela urge,
Impressiona a olho nu um tal sofrimento.
Impressório sem verdadeiro sentimento.
Una e bela agora, cela foi, sequela surge!
Quase morte, jaz inerte, mas verte teu lado;
Fonte melíflua donde jorra sangue e água.
Forte fluído é onde eu afogo minha mágoa,
São, reverte, d’ inert’ e trepa ressuscitado.
Ricardo Correia (2007), in rev. cenáculo
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