Penteiam a senda vazia e encurvada.
Devassos e escuros, sem qualquer porte
Cambaleiam nessa via desbravada.
Sem laços onde nem sequer une a morte,
Norteiam a meta nunca desvelada.
Deblateram contra a sina deste andar.
Incessante busca de um novo horizonte,
Aceleram ritmo, abrandam caminhar.
Gritante limite, imposta nova ponte,
Reiteram contornos, e assim, avançar
Diante da demanda de alguma fonte.
Esmorecimento diante do obscuro
Em deletério andar como um foragido.
Neste sentimento negro, ausente e surdo,
Sem critério firme, rumo convertido
Cimenta em cada um, um pesar aturdo,
Numa séria procura de algum sentido.
É o quotidiano, a nossa via escura,
E a vida, atalho semelhante a uma estrada.
Meridiano de uma vida insegura,
Que é vivida com uma esperança alada.
Leviana, que precisa de estrutura,
Tida como um elmo que a torne amparada.
Porque se amparam em certezas terrenas,
Seus corações rejeitam o que ultrapassa,
Pois somente amaram virtudes amenas.
Ateus do além, daquilo que nos enlaça,
Nunca amaram, mas encobriram apenas.
Falta Deus nesta sociedade devassa!
Ar. Errante
Sem comentários:
Enviar um comentário