Toda a história de todos os seres humanos pode ser resumida de uma forma muito sintética e simples. A divisão, ou a dupla visão entre o bem e o mal. Numa outra perspectiva, o ser humano tem duas hipóteses de escolha: entre o bem e entre o mal. Da escolha do bem advém a felicidade; já da escolha do mal advém a infelicidade, as dificuldades, as depressões, os impropérios contra a vida, os atentados contra Deus e contra a Igreja e contra o cristianismo e contra todos os que escolheram o bem. Porque aqueles que escolhem o bem são felizes e causam, em muitos casos, inveja e dificuldade de conciliação. A questão que já surgiu neste blog sobre os estar na moda “malhar na Igreja” pode ser explicada desta forma evidente. É que a Igreja, com muito daquilo que proclama, oferece a possibilidade de salvação já aqui na terra, isto é, a felicidade. No entanto isso incomoda, principalmente porque muitos não têm coragem de enveredar por esse mesmo caminho. E tantas vezes é mais fácil atacar que assimilar.
A questão da Igreja e da mensagem evangélica, ou ainda de tantas outras coisas que estão em discussão não está tanto no facto de ter ou não ter fé. É possível ser feliz sem acreditar? Claro que sim. Não tenho dúvidas nenhumas. A liturgia deste domingo que se aproxima é disso mesmo prova e testemunho. Jesus procura convencer as pessoas, através do seu discurso ético, que é preciso abandonar os antigos paradigmas. A lei antiga, imersa na tradição do famoso Talião, continha uma ética muito minimalista sobre apenas aquilo que não se deve fazer. Mas Jesus vai muito mais longe. Ele não aponta apenas os problemas da sociedade do seu tempo, mas procura ir ao âmago dos problemas. É necessária a conversão do coração, pois aí é que está a raiz do problema. E convertido o coração, nem os olhos, nem as mãos serão ocasião de escândalo.
Jesus aqui não nos fala de fé, mas apenas de orientações práticas. Isto porque Jesus sonhou com uma sociedade melhor. Jesus sonhou com a conversão de corações. Jesus sonhou com a relação sadia, boa e amorosa entre todos. Jesus pede, claramente, que antes de ter fé e antes de haver aproximação a Deus e até ao culto, é preciso que antes haja harmonia nos corações e na sociedade. Isto também demonstra a inteligência da sua pregação.
Ao reflectir parece que estamos a pregar para o lado errado. Pelo menos pela lógica do evangelho deste fim-de-semana. Primeiro devemos pregar o amor e a harmonia na sociedade. E isso, nenhum político o vai poder evitar. Depois, quando isso for logrado, avançamos para a pregação da fé, porque já estarão criadas as condições sociais necessárias.
Será que isto é um sonho possível? Este sonho de Jesus Cristo que é também o meu?
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