sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Encontrar Deus (Find God)

Certo dia, um homem andava desesperado da vida. Não sabia muito bem o que fazer porque estava convencido que tudo lhe corria mal. Tinham morrido familiares por doença e achava-se sozinho e desamparado. Então apercebeu-se de que lhe faltava Deus na sua vida. Decidiu procurar Deus mas não sabia muito bem onde o encontrar. Decidiu peregrinar. Caminhou durante dias a fio. Saiu de Portugal e caminhou largamente por sítios que desconhecia. Ao chegar a determinado lugar viu um vale muito belo e no meio da beleza daquelas paisagens encontrava-se um mosteiro beneditino. Decidiu caminhar até ao mosteiro e bateu á porta. Apareceu-lhe um monge velhinho, já curvado pelo peso da idade, com um rosto muito sério e as rugas a denunciar a casa dos oitenta, noventa anos. O homem virou-se para o monge e disse-lhe que andava à procura de Deus e não o encontrava. O monge conduziu o homem até um lugar alto do mosteiro e mostrou-lhe uma das mais belas paisagens do mundo, com florestas e flores lindíssimas, vários tons de verdes, com um pequeno riacho de um azul celeste. E perguntou-lhe. O que vês? O homem respondeu: vejo pinheiros. Que mais? Flores. Que mais? Água. Que mais? Mais nada. O monge disse-lhe muito calmamente. Então não vês que Deus está mesmo aí. O homem pergunta, onde? Aí mesmo, nesta paisagem á tua frente. Sabes que o ser humano pode construir coisas lindas e belas, mas paisagens como esta nunca o conseguirá, porque isto é o reflexo do criador. Foi Deus que criou esta beleza toda e o autor está na sua criação sempre de qualquer forma. Neste caso, se tão bela é a paisagem quanto não será o criador. Depois conduziu o homem até ao riacho lá em baixo e a água era tão límpida que dava para ver o reflexo. O monge perguntou. O que vês? Vejo o meu reflexo. E que mais? Mais nada, só o meu reflexo. Eu vejo Deus. Não é Deus que está ali é o meu reflexo. Foste tu que te criaste a ti próprio? Não. Pois não, é Deus que devias ver porque foi ele que te criou. Enquanto o homem estava distraído a olhar para o reflexo, o monge agarrou na cabeça dele e empurrou-a contra a água de tal modo que não conseguia respirar. Retirou um bocadinho apenas para que recuperasse o fôlego e voltou a fazer o mesmo por três vezes. Depois o homem perguntou. Porque fizeste isto? O monge respondeu, não és tu que procuras Deus? O que sentiste ao fazer-te isto? Senti falta de ar. O monge concluiu. Pois bem, quando sentires falta de Deus como aqui sentiste falta de ar, aí sim, tu encontraste Deus. Porque só encontrou Deus verdadeiramente quem precisa dele até para respirar. 

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